No mundo em que vivemos, há uma grande quantidade de resíduos gerados, tanto da indústria quanto dos lares. Antigamente, todos esses resíduos eram levados para aterros sanitários e simplesmente deixados lá. Com o tempo, a sociedade percebeu que essa prática era insustentável para o meio ambiente e decidiu separar os resíduos de acordo com o material do qual eram feitos. Isso também resultou no processo de reciclagem de vários materiais em nível industrial, como vidro, alumínio, papel e diferentes tipos de plástico.
No caso dos plásticos, a reciclagem foi uma grande ajuda para o meio ambiente, reduzindo enormemente o volume de resíduos plásticos nos aterros.
À medida que a sociedade continuou a evoluir, percebeu-se que isso não era suficiente. Somado à crise do petróleo de 1973 nos Estados Unidos, começou-se a buscar polímeros que não fossem sintetizados ou derivados do petróleo.
Para diminuir o impacto dos plásticos produzidos a partir do petróleo, como poliésteres, polipropileno, cloreto de polivinila, poliuretanos, polietileno, nylon e ABS, foram iniciadas pesquisas e comercializações dos primeiros biomateriais, muitos deles obtidos de diferentes espécies do reino vegetal
É importante diferenciar um plástico de origem biológica de um plástico biodegradável/biocompostável, pois não são a mesma coisa e um não necessariamente está ligado ao outro.
Um plástico de origem biológica significa que foi obtido a partir de matérias-primas renováveis, como derivados da biomassa. Em contraste, os plásticos de origem biológica são obtidos de fontes de energia não renováveis, como o petróleo. Em outras palavras, se um plástico é de origem biológica ou não depende da fonte de matéria-prima usada.
Também é importante diferenciar entre um plástico que é biodegradável/biocompostável e um que não é. Quando um material é biodegradável/biocompostável, isso significa que ele se decompõe por meio de microorganismos, como bactérias, fungos e algas.
A diferença entre biodegradáveis e biocompostáveis é sutil. Para ser considerado biocompostável, o material deve se decompor a uma taxa semelhante à de materiais compostáveis, como folhas, papel e pedaços de madeira, e não deve deixar fragmentos que durem mais de 12 semanas no resíduo. Além disso, não pode conter metais pesados ou toxinas e deve permitir o crescimento de plantas. Se o material não se degrada ou se degrada em um ritmo extremamente lento, é considerado não biodegradável.
No gráfico abaixo, são apresentados alguns exemplos de plásticos classificados de acordo com sua origem e biodegradabilidade:
PLÁSTICOS BASEADOS EM AMIDO
Entre todos os plásticos de origem biológica e biodegradáveis, os plásticos à base de amido se destacam pelo seu uso. São polissacarídeos de origem vegetal e geralmente são extraídos de fontes como batata, trigo e arroz, entre outros.
Usos e vantagens
Embalagens flexíveis, sacolas, utensílios, brinquedos…
A desvantagem desse tipo de plástico é a baixa resistência à água, pois são hidrossolúveis.
PLÁSTICOS À BASE DE PLA
O PLA é obtido por meio da polimerização do ácido láctico, que é obtido principalmente do milho, trigo e beterraba.
Seus principais usos são em embalagens, impressão 3D, garrafas, filme retrátil…
As desvantagens incluem a baixa resistência aos raios UV.
PHBV (POLIHIDROXIBUTILVALERATO)
É o menos conhecido dos três. É obtido alimentando dois tipos de bactérias chamadas ‘Alcaligenes eutrophus’ e ‘Escherichia coli’ com glicose proveniente de resíduos de plantas de colheita (batata, trigo…).
É usado para várias aplicações, incluindo embalagens de produtos e no setor médico, pois é biocompatível, ou seja, é um polímero compatível com o corpo humano ou animal. É um material bastante promissor.
Atualmente, a principal desvantagem é o custo de fabricação.
A tabela a seguir mostra o potencial de substituição de materiais tradicionais por esses três plásticos biológicos de acordo com suas propriedades mecânicas, preço e densidade.
++ Substituição completa.
+ Substituição parcial.
– Substituição não possível.
BIOCOMPÓSITOS
Não apenas esses tipos de polímeros são considerados polímeros bio. Além dos mencionados anteriormente, às vezes é decidido buscar uma solução intermediária, seja por custo, propriedades mecânicas ou por componente estético. É aqui que surgem os biocompósitos, que são uma mistura entre um polímero tradicional e fibras naturais.
Normalmente, é utilizada uma massa de fibras naturais entre 20 e 70% do peso total. As fibras mais utilizadas são de madeira, na forma de fibras, partículas ou farinha.
As fibras mais comuns são cânhamo, juta, linho e bambu. Matéria-prima também é obtida de resíduos agroflorestais, como cascas de frutos secos, especialmente amêndoas e sementes de girassol, ou caroços de azeitona.
Dependendo da dureza da madeira selecionada, características como módulo de flexão e tração do compósito serão maiores ou menores.
BIONANOCOMPÓSITOS
Semelhantes aos biocompósitos, os bionanocompósitos estão em fase experimental. A diferença é que para ser considerado um bionanocompósito, as partículas de fibra devem ter um tamanho inferior a 100nm.
A vantagem desses materiais sobre os compósitos normais é que, devido ao seu pequeno tamanho, a carga está distribuída praticamente de forma uniforme por todo o material. Além disso, por serem partículas tão finas, podem melhorar as características do polímero e, se o polímero for biocompatível, pode manter essa condição.
Nós trabalhamos com uma ampla gama de polímeros e compósitos tradicionais, biodegradáveis, hidrossolúveis, plásticos bioplásticos reciclados e cada vez mais, com biopolímeros e biocompósitos. Se você deseja realizar um projeto, entre em contato conosco para obter orientação profissional e uma vasta experiência no setor de injeção de plásticos.
18 Dezembro, 2023
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